terça-feira, 12 de outubro de 2021

SONHO DO MINHOCÃO DO PARI

                                                                                


Como é gostoso relembrar

o nosso tempo de guri

ao ler o livro Ikuiapá

na boca do Pari

Identificamos muito

com o menino branco do conto

vibramos com as árvores frutíferas

todas da região e de saboroso gosto

Navegamos em parte contente

do nascer ao desagua

do nosso judiado, desprezado

e lendário rio Cuiabá

Descemos da Serra Azul

passando por quatorze cidades

entre elas Nobres, Diamantino, Rosário

mas na boca do Pari ficamos admirado

Conhecemos no velho Ikuiapá

a serpente que conversa como gente

e com ela descemos o rio Cuiabá

conversando sobre as lendas e antigas enchentes

Mas o que nos deixou tristes

insatisfeitos com o povo e com as autoridades

é o desleixo com a poluição do rio e afluentes

que abastecem as cidades e dão vida a várias espécies

Continuamos nosso curioso percurso

passando por Santo Antônio, Barão de Melgaço

Porto Cercado até Porto Jofre

onde o nosso rio desagua no Paraguai

Lugar imenso e de energia potencial

podendo o homem, a natureza e o ser encantado

viverem como um só, lado a lado

Apavoramos com a secura e sujeira

das lagoas e baias que embelezavam

e dão sustento ao divino Pantanal

pedimos que sejam despoluídos rapidamente

senão perderemos este patrimônio da nossa gente

Somemos esforços firmes e sérios

ao lado da serpente inteligente, o ilustre minhocão

que sonha em ver a sua morada e toda bacia do rio Cuiabá

 livres da maldita e insana poluição.

- Inspirado na leitura do livro Ikuiapá na boca do Pari.

Autores: Anna Maria Ribeiro Costa e Rosemar Eurico Coenga

Ilustração: João Batista Conrado

Nenhum comentário:

Postar um comentário