quinta-feira, 3 de julho de 2014

Amor e inteligência


A religiosidade é inerente ao homem.
Sob as mais diversas formas e em todas as épocas, a Humanidade procurou relacionar-se com a Divindade.
Por muito tempo imperou a idéia de que Deus deveria ser temido.
O Criador era apresentado, por muitas tradições, como cioso e vingativo.
Jesus reformulou esse conceito, ao falar em um Pai amoroso e justo.
Convidado a indicar o maior mandamento da Lei Divina, Ele sentenciou:
Amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o Espírito.
E também amar ao próximo como a si mesmo.
É interessante anotar que, ao invés de um, o Cristo apresentou, de uma vez, dois mandamentos.
Um fala em amor a Deus e o outro em amor ao próximo.
Isso prova que tais comandos são entrelaçados.
O amor ao próximo complementa o amor a Deus e vice-versa.
Segundo o Mestre Nazareno, Deus deve ser amado com todo o coração, toda a alma e todo o Espírito.
Percebe-se ser esse amor algo muito intenso e profundo, que reclama a criatura por inteiro.
O sentimento por si só não basta.
Quando se quer enfatizar o aspecto emocional, fala-se em coração.
Mas à Divindade não se deve dar apenas o coração.
Todo o Espírito necessita estar empenhado nessa relação.
Segundo o dicionário, um dos significados de Espírito é o conjunto das faculdades intelectuais.
Cuida-se de uma acepção até certo ponto comum.
Muitas vezes se afirma que uma pessoa tem espírito.
Essa expressão indica que ela é inteligente, perspicaz, possui raciocínio rápido.
Conclui-se que o amor a Deus envolve razão, discernimento, intelecto.
O Espiritismo ensina que Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.
Não se trata de uma personalidade, à semelhança dos homens, mas de uma Consciência Cósmica.
O apreço por uma personalidade humana, freqüentemente vaidosa, pode ser demonstrado por gestos exteriores.
Em relação à Consciência Cósmica, despida de características humanas, isso não se dá.
Como Deus é a Inteligência Suprema do Universo, o amor por Ele implica o esforço por desenvolver a própria inteligência.
Assim, a religiosidade é incompatível com o cultivo deliberado da ignorância.
Deus brindou Suas criaturas com dons maravilhosos, os quais precisam ser valorizados.
O dom que distingue os homens do restante da Criação é a sua intelectualidade desenvolvida, a sua razão.
O amor a Deus pressupõe respeitar o Mundo e os seres que Ele criou.
E também, logicamente, o esforço para entender esse Mundo e as leis que o regem.
Tudo no Universo é progresso e metamorfose.
Espécies animais e vegetais, as sociedades e as leis humanas, tudo se altera e aperfeiçoa.
O papel de cada homem é colaborar nesse processo de aprimoramento.
Para isso, necessita burilar seu intelecto.
Ao crescer em entendimento e compreensão, enche-se de admiração pela grandeza e pela sabedoria Divinas.
Mas o amor ao próximo complementa o amor a Deus.
As faculdades desenvolvidas pelo estudo e a observação devem ser utilizadas em benefício do semelhante.
Assim, para bem cumprir o mandamento do amor, procure desenvolver sua inteligência.
Estude uma língua, faça um curso, leia um livro, ilustre-se.
Encante-se com as maravilhas que o cercam.                               
E utilize seus talentos em favor do próximo.

Redação do Momento Espírita.


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